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Kaio

 

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18 maio 2006

Love will tear us apart, again...

Vinte e seis anos atrás, morria um dos maiores músicos do século XX - Ian Curtis, vocalista e letrista do Joy Division. Durante a breve existência da banda, o Rock inglês foi revolucionado. Com o JD, foi iniciada a transição para o post-punk. Já em 1980, The Cure e Siouxsie and the Banshees entraram de cabeça no rock gótico, sendo seguidos por Christian Death, Sisters of Mercy, entre outros. O uso de sintetizadores e a produção de Martin Hannett colocando a bateria e o baixo à frente da guitarra e do vocal influenciaram inúmeras bandas da década retrasada. O new wave teve nos caras do JD um dos seus maiores expoentes. O indie também foi revolucionado, com o êxito da Factory. Além do mais, depois Ian e suas letras melancólicas, percebeu-se que era possível falar de sofrimento no Rock, levando o estilo a ter talentosos poetas, como Kurt Cobain, Thom Yorke ou Paul Banks.
Ele nasceu em 15 de Julho de 1956, em Macclesfield (Inglaterra), e faleceu em 18 de Maio de 1980, em Manchester, após se suicidar por enforcamento, ao som do disco "The Idiot" (Iggy Pop). Os principais motivos para o seu ato foram as crises epilépticas cada vez piores e a recente separação com a esposa, Deborah. Com a morte prematura, ele cumpriu uma promessa - morrer antes dos 25 anos, para ser eternizado pela história.
Não é a primeira vez que eu venho falar de Joy Division aqui no blog, portanto, vou ser mais direto ao ponto na minha homenagem. Para começar, publicarei a atualização que eu fiz na página da banda no Wikipédia. Depois, citarei as 10 melhores músicas do quarteto, na minha opinião.


O Joy Division foi uma banda da cena pós-punk formada no ano de 1977, em Manchester, Inglaterra. O seu som tinha influências de Velvet Underground, David Bowie e Iggy Pop, e era caracterizado por densas melodias, bastante marcadas pela bateria quase militar de Stephen Morris, e uma têndencia para a depressão e a claustrofobia.
Tudo começou quando Ian Curtis respondeu a um anúncio publi
cado por Bernard Sumner (guitarra, teclados) e Peter Hook (baixo), que procuravam um vocalista. O primeiro nome da banda foi Warsaw, e um dos primeiros problemas foi encontrar um baterista definitivo. Após vários interinos no cargo, Stephen Morris assumiu em definitivo, a tempo para a gravação do debut deles.
Seu primeiro trabalho de estúdio, já com o nome Joy Division escolhido como o definitivo (baseado nas "divisões da alegria", que eram prédios nos campos de concentração em que os nazistas copulavam com as mulheres de raça pura), foi o EP An Ideal for Living (1978), que ainda tinha forte influência do movimento punk. O produtor Martin "Zero" Hannett conduziu a gravação do seus dois álbuns de estúdio e influenciou a sonoridade da banda ao introduzir efeitos eletrônicos nas canções. Em princípio o resultado desagradou ao guitarrista Bernard Albrecht e ao baixista Peter Hook, que preferiam um estilo mais punk; mas teve o respaldo de Curtis. As invencionices de Hannett deram certo, e logo toda a banda passou a flertar com a sonoridade eletrônica. Em conseqüência, o Joy Division é tido até hoje como referência pioneira ao som new wave da primeira metade dos anos 80.
Após as canções "Digital" e "Glass" terem sido lançadas em uma coletânea da gravadora do Joy Division, a Factory Records, veio o primeiro álbum da banda, Unknown Pleasures (1979). O disco causou grande alvoroço entre público e crítica, devido à sua sonoridade soturna e às letras depressivas. Destaque para as faixas "She's Lost Control", "Shadowplay", "New Dawn Fades" e "Disorder". Ainda em 79, eles lançaram seu primeiro single, "Transmission", que teve relativo sucesso.

No ano seguinte, o quadro clínico de Ian piorou, com o agravamento de sua epilepsia e dos problemas conjugais. Ainda assim, a banda pôde gravar, em março, o álbum Closer. No final de abril, foi lançado o flexi disc de "Komakino"/"Incubation" e também o compacto 12' de "Love
Will Tear Us Apart", que viria a ser a música mais conhecida do conjunto, permanecendo ainda hoje com o fulgor e a excitação que provocou outrora.
Ian Curtis cometeu suicídio em 18 de maio de 1980, poucos dias antes da viagem do Joy Division para os Estados Unidos, onde fariam sua primeira turnê internacional. Devido a problemas na tiragem, Closer tornou-se um álbum póstumo, só sendo lançado em julho. Neste LP, eles se superaram, com composições fantásticas e muito densas, que viriam a influenciar várias bandas de post-punk, como The Cure, Echo And The Bunnymen e Siouxsie And The Banshees. Os melhores temas são "Isolation", "Decades", "Passover" e "Atrocity Exhibition". Aliás, o disco conseguiu chegar ao 6º lugar dos tops ingleses e liderou as paradas alternativas.

Em setembro de 1980, a começar pelo single "Atmosphere", vieram os lançamentos póstumos. No ano seguinte, veio o duplo Still, com várias sobras de estúdio e o registro do último show do Joy Division. Substance (1988) é uma coletânea de singles e b-sides. Permanent, de se
te anos depois, compilou 15 clássicos, mais um remix de "Love Will Tear Us Apart". Heart And Soul é uma caixa com 4 cds, que reúnem praticamente tudo que eles gravaram.
Os outros membros da banda formaram o New Order alguns meses depois do suicidio do vocalista Ian Curtis. A influência do quarteto no rock mundial permanece, como provam bandas como She Wants Revenge, Editors, Interpol e Franz Ferdinand.

Discografia principal:

  • Unknown Pleasures (1979)
  • Closer (1980)

Discografia complementar:

  • Still (1981, sobras de estúdio e performance ao vivo)
  • Substance (1988, coletânea de singles e b-sides)
  • Permanenent (1995, coletânea)
  • Heart And Soul (1997, caixa com 4 cds)
  • Preston 29 February 1980 (1998, performance ao vivo)
  • Les Bains Douches (2001, performance ao vivo)"
Top 10 Joy Division - por Kaio Felipe:
10. Decades: essa é uma das mais beneficiadas pela produção de Hannett. Eles souberam usar perfeitamente os recursos do estúdio, como os sintetizadores, para tornar "Decades" incrivelmente densa.
9. Dead Souls: 2 minutos de introdução que nem parecem longos - a guitarra domina o cérebro do ouvinte. E quando Ian entra pra cantar, a energia que ele passa é maior ainda, como no refrão "They keep calling me!".
8. Atrocity Exhibition: desilusão, crítica social, uma frase marcante ("This is the way, step inside") e o máximo de proximidade que o JD conseguiu do som do Velvet Underground..
7. Shadowplay: a guitarra de Bernard alcança um nível de fúria inigualável nessa faixa, e praticamente duela com o baixo melódico de Hook. "To the center of the city in the night, waiting for you!"
6. Passover: Stephen Morris mostra o porquê de muitos o chamaram de Deus da Bateria. A letra é bem triste, e os vocais e a guitarra quase chorosa reforçam isso.
5. Love Will Tear Us Apart: a mais famosa do Joy é também uma espécie de réquiem. Já na sua letra, percebe-se que o líder da banda está prestes a abandonar a vida. A introdução, com uma bateria martelante e um lindo solo de teclado, é inesquecível.
4. She's Lost Control: ela tem duas versões, e ambas são igualmente maravilhosas. A do disco Unknown Pleasures é praticamente um hino do gothic (?) rock que estaria por vir, de tanta dor e sofrimento que passa. A lançada em compacto 12' tem uma bateria que esmaga o ouvido de qualquer um e soa quase eletrônica.
3. Transmission: extremamente marcante em qualquer um que a ouve, seja pelo refrão poderoso, ou pela letra quase hedonista e paranóica, ou pelo ótimo riff, ou pela performance ímpar de Ian.
2. Atmosphere: a música que agrava a condição do ouvinte. Se você estiver feliz, terá ela por uma canção otimista, esperançosa e linda. Se estiver triste, sentirá melancolia e introspecção em "Atmosphere". Mas continuará a achando linda.
1. Isolation: a melhor em tudo - letra, bateria, baixo, teclado, vocais, refrão, poder de vício, evolução... "(...)If you could just see the beauty/These things I could never describe/These pleasures a wayward distraction/This is my one lucky prize/Isolation..."

 

Comentários:

 

 

Faz falta... mas sempre temos Interpol! =P
Entretanto o Curtis é insubstituivel, mais uma vitima do cruel coração feminino.


Pode parecer estranho, mas Joy Division me fez deixar Goiânia pra morar em S. Paulo. Lendo seu post, tive vontade de ir pra Londres. Tá, é um pensamento recorrente. Abraço.


Preguiça de ler, qql dia eu leio...


Professor é aquele que ensinando, de repente, aprende. Aprendo muito aqui, Kaio.


Professor é aquele que ensinando, de repente, aprende. Aprendo muito aqui, Kaio.


Dessas todas bandas influenciadas eu só não tinha percebido que Franz era. Então eu devo gostar de Joy Division mais do que eu sei que gosto.

Eu to ouvindo eles mais (são legais mesmo), mas não vou negar que ainda são muito depressivos pra meu gosto.


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