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Kaio

 

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07 outubro 2006

Problemas ideológicos - parte 2

Minha cabeça está doendo, mas vou continuar esse texto até o fim.
O processo de desesquerdização de Kaio pode considerar vários aspectos, como:
1 - O fato de que eu não conseguia ser alheio ao capitalismo. O próprio fato de eu ser austero nos meus gastos, só comprando o necessário e útil, já era comparável à ética protestante, mesmo sendo eu um ateu e cético. Eu nunca fui um burguesinho esnobe, pelo contrário. Porém, o materialismo era algo que, mesmo que muito pouco, ainda havia em mim. Eu não conseguiria viver em um sistema no qual eu tenho que negar o acúmulo e aplicação de capitais, no qual eu não posso lidar com comércio, e nem comprar e vender sem que o Estado interfira diretamente nisso, como ocorre no sistema socialista.
2 - Liberdade, liberdade. Quando eu "era" de esquerda, vivia dizendo que o socialismo deveria garantir a liberdade, blá blá blá. Um livro, no entanto, foi fundamental para que eu quebrasse a cara a respeito dessa concepção. O nome dele? 1984, de George Orwell. Até hoje considero ele o melhor livro que eu já li. Nunca uma obra abriu tanto minha mente. Orwell, assim como eu, era um sonhador, mas se desiludiu com o socialismo após a Guerra Civil Espanhola. Se em Revolução dos bichos ele já era ácido, imaginem então em 1984. Iconoclastia é uma palavra que pode definir bem o que ocorreu comigo. Mitos nos quais eu acreditava foram todos derrubados de uma só vez. Provou-se, para mim, que não adiantam as boas intenções - o socialismo, inevitavelmente, tende para a ditadura, porque a prioridade dele não é a liberdade, mas sim a igualdade. O ser humano sacrifica ser livre em troca de um ideal maior, a (suposta) justiça social. O indivíduo é esmagado, a alma se perde, você se torna um ninguém para o Estado, apenas "another brick in the wall", mais um mané que ele se encarregará de MATAR no caso de desobediência e oposição. "Big Brother is watching you".
3 - Eu sou muito egoísta. Não só eu, mas a esmagadora maioria dos seres humanos. Quase ninguém consegue, no mundo moderno, ter uma vida em uma sociedade coletivista, comunista. O próprio regime da URSS não conseguiu controlar isso, e a elite burocrática se fortaleceu. Será que você se negaria, aceitar trocar a sua vida em troca de um sistema político que, sim, vai te alimentar, dar boa saúde, incentivo ao esporte, etc (Cuba mesmo, por exemplo), mas pisar uma bota na sua cabeça? Pense bem - você aceitaria viver em um mundo em que você não tem direito a escolher praticamente nada, porque o Estado se encarrega dessas escolhas? Não estaria sendo o seu ego reprimido? É até uma questão psicológica. Olhem, por exemplo, para as dificuldades que o Leste Europeu apresentou nos anos 90 com a queda do sovietismo.
4 - As derrotas que eu tive nas discussões políticas pesaram muito. Em setembro, um debate que eu tive com um pessoal do Politizados Fórum sobre o nazismo foi um barraco tamanho que o quebra-pau foi parar no scrapbook do orkut dos envolvidos! Porém, minhas últimas ilusões foram demolidas naquela época. Eu usei inúmeros argumentos possíveis, mas quando finalmente me toquei que eles eram refutáveis, houve a epifania - a esquerda estava limitando meu intelecto, meu conhecimento, estava fazendo de mim uma ovelinha. Foi tão chocante isso para mim que eu até comecei a ler Dostoiévski e Nietzsche. Eu, Kaio Felipe, definitivamente percebi que, no debate político, eu não estava sendo eu mesmo. Eu estava sendo um mero defensor de uma idéia que parece bonita, mas é uma farsa, uma enganação, que ilude mentes românticas como a minha, ao mesmo tempo que as deixa despreparadas para que a pessoa defenda até o fim suas idéias. Em outras palavras, "sair" da esquerda seria uma questão de vida ou morte para meu cérebro. Eu não poderia mais viver em um mundo de mentiras e ilusões.
Por uns três meses, me aproximei bastante dos libertários/anarco-capitalistas, e no início de 2006, pensei que encontraria na direita o meu esclarecimento. Ledo engano, logo corrigido. Kaio ganhou uma identidade quando se livrou da esquerda, e ela não poderia jamais ser perdida. Agora, ele não mais dependeria de ideologias prontas, de liberalismos e socialismos. Ele defende o que ele mesmo acha que é o mais adequado, o mais viável, o mais justo. Atualmente ele anda mais próximo das propostas da direita liberal, mas nem por isso deixa de perceber que a maioria delas é irrealizável a curto e médio prazo, em um Brasil sob Executivos social-democratas há 12 anos, e preparando para se eleger outro. Eu continuo com meus sonhos, com minhas idéias - não sou um derrotista, um niilista, e nem pretendo - a diferença é que agora eu penso no DEPOIS DE AMANHÃ. Ou seja, eu acredito não no que funcionará agora, mas sim no que a conjuntura permitirá funcionar no futuro.
Sim, eu estou colocando alguns pontos nos quais eu acredito, como a carga tributária reduzida, o Estado gerenciador e mínimo, a democracia de poucos partidos, a total livre iniciativa e o planejamento pragmático para a área social (educação, saúde, transportes, etc) como coisas que eu sei que serão alcançadas em futuro pouco distante. São pensamentos que hoje podem soar elitistas em um Brasil tão social-democrata, mas que um dia provarão que eu não estou errado. Oras, Nietzsche, Freud e tantos outros tinham idéias avançadíssimas para suas épocas. Eu, você ou o vendedor de cachorro-quente na esquina também podemos ter.
Nunca mais serei um esquerdista, isso é fato, mas isso não me impede de ter idéias que se aproximam da esquerda, como o forte enfoque na educação. A diferença é que eu não estou defendendo uma ideologia, mas sim uma opinião pessoal. Consegui, aos 16 anos, concretizar o desejo de todos que gostam de estudar filosofia e política - sou um livre pensador (tanto que criei o Anfisismo). Afinal, nunca serei um direitista, porque eles são tão sectários quanto seus inimigos. Tanto que apoiam um social-democrata de centro para a presidência do Brasil, só porque ele é o anti-Lula, o anti-PT. Estamos falando de Alckmin, obviamente.

Finalizando... eu ainda sou uma pessoa extremamente idealista, ainda mais quanto ao amor. Quanto à política, no entanto, eu estou resgatando justamente Maquiavel, o cara que me iniciou nela. Não posso pensar o tempo todo na política como ela DEVERIA ser, mas sim como ela É. Ter opiniões e teorias sobre o que é melhor para o mundo é importante. O problema é quando se foge dessa realidade, quando você vende a si mesmo em troca de uma idéia, que é coisa mais abstrata que existe. Imploro a você (s) que não cometam o mesmo erro que eu, e percam 2 anos de suas vidas alienados por uma ideologia que, no final das contas, só te enganou. Não foi uma traição, de forma alguma. Foi um erro meu - desejei tanto a justiça social que lutei justamente pelo oposto dela, a injustiça.

 

Comentários:

 

 

HAHAHAHHAHAHAHAHAHHAHHAHA

além de escrever mal - mesma voz de jornalista carioca homossexual que se acha muito acima da média pq leu meia dúzia de clássicos chatos e visita um site de notícias em inglês diariamente - é burro pra cacete - acha que entende de política pq leu maquiavel, hahahahahahahhaha -

depois preconceito com homossexuais é gratuito


Não entendi o que você quis dizer, Felipe. Seja mais claro.


Eu não sou homossexual, se você quis insinuar isso.
Burro eu posso até ser, mas pelo menos tenho consciência disso.
Escrever mal é outra verdade, hehe. Escrevi esse texto por fluxo de consciência, nem revisei no final.


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