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Kaio

 

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17 maio 2010

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Ando em uma fase meio republicana, fato. Não é uma lei geral, mas costuma acontecer na minha vida: depois de um surto ideológico em que me cego para opiniões diferentes, resisto um pouco (orgulho é uma coisa complicada...), mas acabo me arrependendo do sectarismo e adquiro uma nova feição, que de uma alguma maneira se incorpora à minha visão de mundo. Em geral, significa mais moderação e tolerância. Felizmente.

Meus amigos já devem estar de saco cheio, pois nos últimos dias não paro de falar de virtude cívica, dever cívico, valores cívicos. Parece que o humanismo finalmente atingiu minhas opiniões políticas, e já não sou "apenas" libertário; ou seja, já não me preocupo exclusivamente com liberdade individual, enfatizando mais a questão econômica que a política. Isso é perigoso, pois de nada adianta garantir propriedade privada se o indivíduo se isola e não participa da vida pública. Que depois não venha reclamar que seus direitos foram gradualmente violados...

A política estudantil, por mais desoladora que possa ser freqüentemente, nos últimos dias voltou a ocupar boa parte do meu interesse e tempo. Estou bem empolgado para tocar projetos na universidade; por mais que não abra mão do viés acadêmico do Grupo de Estudos Humanistas, não vejo problema em me inserir em outras iniciativas nas quais possa exercer meu lado mais politizado. Afinal, foi em razão de tal tipo de preocupação ("Preciso fazer a minha parte por um mundo melhor") que tomei a decisão mais importante da minha vida, até agora: fazer Ciência Política. Todos os meus últimos seis, sete anos foram guiados por este objetivo central, a dedicação ao estudo da política. É claro que isso envolve não só leituras e debates, mas também ação. Não posso me calar diante de situações calamitosas; não posso deixar que o mundo à minha volta desabe sem que eu faça nada a respeito. Mesmo que eu seja só um, já faço a minha parte; se conseguir convencer outras pessoas a participar, melhor ainda.

Amanhã, por exemplo, tem assembléia dos estudantes, e quero defender o fim da greve estudantil. O cenário é complicado, ainda mais porque geralmente só os alunos(as) radicais vão nessas assembléias. Porém, estou tentando convencer o máximo de estudantes moderados a ir lá amanhã e mostrar que a maioria não quer uma greve que vai contra nós. Não podemos deixar que nosso direito de estudar, de ter aulas, continue a ser prejudicado. Precisamos do fim da paralisação para termos maior capacidade de diálogo e conseguirmos o que é urgente; por exemplo, a reabertura da biblioteca e do restaurante universitário. Além disso, precisamos pôr fim à hegemonia dos militantes; o movimento estudantil, até por tautologia, deve ser voltado para os estudantes. Não adianta se preocupar com pautas externas se nem os problemas do cotidiano da UnB são resolvidos.

Se "moderação" foi a palavra-chave na semana passada, mas ninguém quis me ouvir, nessa semana o mote é "responsabilidade". Assumir só compromissos que se pode cumprir, e ter coragem para assumir erros (e também acertos). Veremos se alguém me escutará, e se eu mesmo cumprirei o que defendo. Au revoir.

 

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