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29 novembro 2010

Um fim de semana em São Paulo - O Sábado Sociável

(Relato de viagem, escrito entre 20 e 24 de Novembro no meu 'caderninho')

Este fim de semana, como eu já esperava, foi espetacular. Curiosamente, os dois dias apresentaram forte contraste: "sábado sociável, domingo solitário".

Assim que cheguei ao hotel, às 11h40, liguei para todos os meus amigos/as que também estavam em SP. Consegui falar com a Camila, mas foi com a Isabella com quem saí para almoçar e passear. Andei 8 quadras e depois mais 200 metros até chegar à estação de metrô de Santa Cruz (linha azul). Depois, peguei a vermelha para chegar em Anhangabaú (ô, nome complicadinho...). Encontrei minha amiga e fomos para o Shopping Light. Almoçamos em um fast food japonês; comi temaki (ou seria sushi?) e sashimi, e tomei mate-shake no Rei do Mate. Em seguida, fomos à Galeria do Rock, onde comprei:

- 5 CDs. Na Zeitgeist: "Closer" - Joy Division e "Doolittle" - Pixies. Na Velvet Discos: "Crooked Rain, Crooked Rain" - Pavement, "Blur" - Blur e "Coming Up" - Suede.

- 2 camisetas dos Beatles, sendo uma para minha mãe e a outra para mim (inclusive a vesti para o show do Macca). 

Ah, sim, eu estava vestido com minha camiseta do LIBER neste sábado. Será que ser libertário é indie/cult/hype? =D

Em torno das 15h30, estávamos na estação de metrô; minha amiga, para voltar para casa (no dia seguinte, ela iria ao show do Lou Reed), e eu, para ir ao Planeta Terra. Desloquei-me até Barra Funda, onde por sorte o pessoal do portal Terra estava oferecendo ônibus de graça até o Playcenter. Eis o meu relato 'ao vivo':

"Estou no ônibus (de graça!) para o Playcenter. Nunca vi tantos indies reunidos num mesmo espaço! Dia está sendo "awesome". Comprei 5 cds por R$ 120,00 (inclusive 2 que minha ex tinha arranhado, rs), e 2 camisetas dos Beatles (sendo 1 p/ minha mãe). Almocei e fui na Galeria do Rock c/ a Isabella. Comi sushi e sashimi! O metrô de SP é sensacional.

Amei essa cidade! Cosmopolita à enésima potência! Mal posso aguardar pelos shows! Bem que podia ter 1 chapelaria p/ eu guardar minha pasta/bolsa... se não for o caso, tenho que segurá-la ao máximo, já que minha vida está nela - o que inclui a "chave" (na verdade, cartão) do hotel. Tomara que eu encontro Luti, Isadora, Camila e cia. no Playcenter!

Nem preciso dizer que estou eufórico, right?"

Chegar cedo teve suas vantagens, pois praticamente não peguei fila. A essa alturar, já eram 16h15, 16h30. O Mombojó já estava tocando; aliás, uma coisa que marcou o festival foi a pontualidade dos shows. Aproveitei para ir à montanha-russa, já que ainda não tinha encontrado nenhum "aquaintance" por lá. 

Que experiência! Eu não conseguia nem gritar às vezes, de tanta adrenalina! Como a fila dela cresceu exponencialmente já alguns minutos depois, não pude (ou quis) ir pela 2ª vez. Tirei umas fotos e circulei pelo Playcenter; nunca vi tantas garotas bonitas em um só lugar! Era o paraíso para os meus olhos, rs!  Depois, deitei-me em uma almofada no gramado de um "espaço relax" (lounge?) por lá. Tinha até internet de graça.

Vi por lá até meu ex-professor Raul e, aproximadamente às 18h30, encontrei parte da "caravana indie de POL": João, Matheus Vinhal e uma amiga deles - e, minutos mais tarde, Murilo. Conversamos, e às 19, começou aquilo que o Estadão chamou hoje (22/11) de "a parada gay no Planeta Terra": dois shows 'aloka', of Montreal e Mika.

O primeiro foi sensacional; o vocalista [Kevin Barnes] vestiu-se de menina, com saia rosa, faixa na cabeça, meia-calça azul (o uverde?) e muitos pulinhos e gritos emboiolados. O repertório foi muito bom; identifiquei 8 músicas de que gosto, sendo 4 do Hissing Fauna [“Suffer for Fashion”, “Heimdalsgate as a Promethean Curse”, “Gronlandic Edit” e “She’s a Rejector”], 2 do novo álbum [False Priest -> “Coquet Coquette” e “Sex Karma”] e 2 do de 2005 [The Sunlandic Twins -> “The Party’s Crashing Us” e “Wraith Panned to the Mist & Other Games”].

Um dos destaques do show foi o seu forte caráter cênico: além dos efeitos gráficos nos telões, muitos atores fantasiados fizeram performances, representando desde um açogueiro correndo atrás de porcos até bonecos andróginos brincando de “throw the baby”; ah, o vocalista, quando eles estavam “brigando”, beijou um dos deles para fazer as pazes (e eles se beijaram também, rs). Enfim, of Montreal fez um show glamouroso.

Falando em glamour, meia hora depois tivemos Mika, cujo armário deve ser transparente, hehe. Ele tocou 7 ou 8 faixas que eu conheço; destaque para “Blame It On The Girls” [boa interação com a platéia], “We Are Golden”, “Love Today” e “Grace Kelly” (“katching!”). O momento mais engraçado do show foi quando ele “matou” a banda inteira, “suicidando-se” depois. Mika é só simpatia! Além disso, ele tem um nome trocadilhável (no início do show, engraçadinhos gritavam: “Pica!”; no final, muitos pediam: “Fica!”).

Já eram mais de 21h quando eu, morrendo de sede e fome, acabei saindo do local em que estávamos para comprar algo. Não reencontrei o pessoal com quem eu estava. Tomei um picolé de limão, e voltei para aquela lounge para descansar as pernas. Andei um pouco e, quando ouvi “Lisztomania”, percebi que o show do Phoenix havia começado. Lá pela 2ª ou 3ª música, uma garota morena clara de mechas loiras veio me perguntar se eles já haviam tocado a canção supracitada.

A partir disso, entabulamos (é essa a palavra?) uma conversa que, em meio aos shows, se estendeu pelas próximas 4 horas. Ela está no 1º ano de Publicidade na Universidade Belas-Artes, fez 18 anos na semana passada [retrasada – este trecho do relato foi escrito em 22/11] e gosta de várias bandas que eu também curto.

Antes que perguntem: não fiquei com ela, por alguns motivos. Os principais são: 1 – Ela não demonstrou interesse lascivo (maneira polida de dizer que ela não deu mole); 2 – Ela era muito gentil e serelepe para que eu quisesse estragar ou arriscar tudo “sugerindo algo”; 3 – Ela fuma, é dois anos mais nova que eu e não gosta de ler – três coisas que vão contra meu padrão/gosto quanto a garotas. Não “rolou”, mas ainda assim adorei passar meu tempo com ela. Gosto gradualmente mais de ter companhias femininas de forma assexuada, haha.

Depois do show do Phoenix (o qual, aliás, foi bom; como eu previa, fecharam com “1901”; porém, ao contrário do boato espalhado na 6ª feira, o Daft Punk não apareceu por lá...) [eles também tocaram outras duas de que gosto, “Fences” e “Lasso”, e outras que comecei a gostar a partir do show – “Girlfriend” e “If I Ever Feel Better”], procuramos e achamos um menino que ela havia conhecido por lá. Assim como eu, e ele é muito fã de Pavement. Nós três voltamos para o Sonora Stage para o show do “Pavê”. Ficamos em um bom lugar; dava para enxerger razoavelmente bem a banda.

Aliás, a performance deles foi a melhor da noite. Stephen Malkmus estava “na dele”, em uma atitude shoegazer e autossuficiente, mas foi competentíssimo nos vocais e guitarra; o baixista deles é divertido [o baterista parece o ator Seth Rogen, o guitarrista usava boina e era meio bonachão], mas o destaque mesmo foi Bob Nastanovitch. O “Will Ferrell indie” tocou pandeiro, bateria, gaita, teclados, cantou e aloprou (principalmente em “Unfair”)! Eis um autêntico e hilário “faz-tudo”. Eu não sabia disso, pois vi poucos clipes ao vivo do Pavement. Logo, o “fator surpresa” contribuiu para que eu adorasse esse show. As melhores: “Grounded”, “Stereo”, “Shady Lane”, “Stop Breathin’”, “In The Mouth A Desert” e “Range Life” [ a polêmica canção que zoa os Smashing Pumpkins].

O garoto foi embora, sobrando eu e a já citada menina. Sentamos um pouco. Ela teve que ir embora às 2 da manhã, portanto ficou só na 1ª meia hora do show dos Pumpkins. Confesso, no entanto, que grande parte do que veio a seguir me impeliria a dizer a ela: “Não perdeu nada”. Dentre as 10 primeiras faixas, só 3 clássicos (“Today”, “Ava Adore” – em versão roqueira, com maior ênfase no baixo – e “Bullet With Butterfly Wings”), 1 semi-clássico (“Tarantula”) e o resto... rock “progressivo” , com mutiso solos de guitarra e bateria.

Com o perdão da jocosidade, mas achei aquilo uma “punhetagem”! Billy Corgan ainda é emocionalmente uma criança [“nature kid”, diria o Pavement], querendo se fazer de difícil e “messias”. Até brinquei com uma menina que estava perto de mim que ele “teve seu dia de Kurt Cobain” (anti-show, jams, não tocar hits, ficar mostrando o dedo do meio...). Foi só nos 33% finais do show que ele resolveu tocar o que era relevante: “Drown”, “Cherub Rock”, “Zero”, “Stand Inside Your Love” e “Tonight, Tonight”. Depois dessa seqüência, até perdôo o bis com a acéfala “Heavy Metal Machine”.

Um dos spotlights do show foi a linda baixista [Nicole Fiorentino], que além do visual dark, toca bem! Encerrado o show dos Pumpkins, liguei para o Murilo (que atendeu, mas já tinha ido embora do Planeta Terra), Camila (não atendeu) e Luiz Fernando (atendeu; encontrei-o na praça de alimentação). Como não tinha como ir embora àquela hora (quase 4 A.M.) para o hotel, resolvi sair com o Luti, o Arthur e o Giuliano. Ainda apareceu a Patrícia, amiga deles. Na saída, comprei uma camiseta do Pavement, cuja foto era a capa do “Slanted & Enchanted”. Fomos para uma festa na Fun House que seria de graça, MS parece que a prometer encerrou a entrada de novas pessoas às 4h30, um pouco antes de chegarmos. “Fail”. Aí, os meninos, a essa altura com mais odis amigos deles (um doidão, cujo nome ainda não sei, e o Batista) resolveram ir para a Augusta. Pressenti o pior, mas as coisas foram muito mais tranqüilas do que a minha paranóia previa. Ficamos num bar; eles beberam, observarem uma menininhas bonitinhas (para não dizer outra coisa...) que estavam por lá, conversaram sobre banalidades etc.

Resolvemos ir à casa do Batista. Antes disso, passamos no Pão de Açúcar. No caminho, uma hilária conversa na janela do carro umas garotas tão bêbadas quanto eles. Chamaram eu, o Arthur e o Luti, de “fefelechentos” [referência à faculdade de Humanas da USP], rs. Já no apartamento, eles foram fumar na sacada. Eu fiquei “on my own”, aproveitando para comer um Hot Pocket, tomar um refrigerante, escovar os dentes, usar o banheiro, tentar cochilar, escolher umas músicas no Winamp e, finalmente, resolver ir embora. Antes, mais uma nota ao vivo no caderninho:

"Não durmo há mais de 24h! Planeta Terra foi perfeito! O melhor show foi o do Pavement, claro. Tocaram cerca de 20 músicas, cobrindo todos os discos."

(Continua...)

 

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